Intrigado em tentar descobrir uma forma de ajudar os pecuaristas a se protegerem contra os roubos de gado, o empresário Renato Azevedo, de Bagé, criou um sistema de minas terrestres explosivas não-letais, que tem também um alarme via rádio transmissor. Depois de quatro anos de pesquisa, o mecanismo está pronto. Agora, ele negocia com empresas para produzir e vender o sistema. Ele espera que as vendas comecem no início de 2018.

Como, segundo ele, “nada se cria, mas tudo se transforma”, ele se baseou nos campos minados de guerra e adaptou a ideia, fazendo minas que não ferem pessoas. Elas podem ser enterradas no chão e camufladas, ao longo da propriedade, ou principalmente perto de mangueiras ou lugares onde o gado se concentra para dormir ou descansar. O sistema inclui um acionador, que, ao ser pisado, aciona uma ou várias minas ao redor - elas explodem, mas só geram um barulho alto (ouvido a quilômetros de distância) e uma fumaça, que pode ter pó que causa confusão mental no ladrão, e outro produto fosforescente, que brilha no escuro e identifica onde está o criminoso. As minas não matam nem causam ferimentos.

O acionador também pode emitir alarme na sede da propriedade ou até em fazendas vizinhas, para alertar os produtores, informando num painel eletrônico onde o ladrão está. Há a opção também de não instalar uma mina que explode, mas apenas o acionador que ligará o alarme. Detalhe: o sistema foi feito de forma que patas de gado ou de cavalo não acionam o alarme.
– Só de colocar o sistema e ter uma placa na frente da propriedade dizendo que tem um campo minado, o ladrão vai pensar 10 vezes antes de entrar. A dúvida é: onde está a mina? Só o dono da propriedade vai saber. Ainda não tenho valores, mas o sistema será barato, pois o acionador e as minas são em plástico injetado – diz Azevedo, ressaltando que, por ano, o abigeato causa um prejuízo de R$ 1 bilhão no Estado.
